quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Amputação

É fundamental e indispensável que a pessoa se aceite, para que tenha uma vida de melhor objetividade e possa exercer sua cidadania plena.

O membro doente (perna / braço) que você tinha, prejudicado esteticamente, por exemplo, por deficiência da circulação sanguínea, dor intensa, coloração alterada, não permitindo você andar, inflamado ou infectado, se não fosse amputado no momento certo (após todas as tentativas de tratamento para manutenção do mesmo), causaria certamente danos graves para outras regiões / órgãos do corpo. Então a RESTAURAÇÃO foi providenciada pelo cirurgião, no momento certo, com responsabilidade profissional, quando o risco de morte seria uma ameaça para você.

A reflexão primordial pauta-se em três (3) fatores a serem inicialmente trabalhados, e que são de fundamental importância para êxito do programa de Reabilitação e para aceitação da situação:

1. FAMÍLIA: Sem dúvida o fator mais importante - A essência da estabilidade Família estruturada, onde todos apóiam e se preocupam com cada um e vice-versa, onde o respeito e carinho fazem parte do sentimento diário de todos, certamente será o melhor remédio. Busque seus familiares, confie neles, manifeste seus medos e inseguranças, peça ajuda, porque é no lar que tudo pode se resolver, da melhor forma possível, com sua ajuda e sua iniciativa. Muito das soluções dos seus problemas, estão em suas mãos, a iniciativa terá que ser sua principalmente.

2. EMOCIONAL: É normal a tristeza e às vezes revolta, incerteza, ansiedade, angústia ou depressão, encontrarem terreno fértil para alterar o equilíbrio emocional, frente à possibilidade de amputação em um membro.
Não deve ser normal, e devemos impedir que seja normal, a “alimentação” constante ou permanente de pensamentos negativos e sentimentos de “menos valia” que, tornando-se duradouros, prejudicam e fragilizam a auto-estima.
O comprometimento emocional que consideramos normal, é aquele aceitável temporariamente, e com sinais clínicos leves ou até moderados, mas sempre temporários. O “tempo” varia em cada pessoa, não existe um limite matematicamente preciso, porém podemos sugerir um sinal de alerta para a busca de ajuda, se após 1 ou 2 meses da amputação há evidência de quadro depressivo significativo. Havendo necessidade de ajuda emocional, dependendo do seu perfil e variáveis, como por exemplo, idade, domicílio / moradia, acessibilidade, outros, aconselhamos o que for mais prático ou viável a você: conversar suas dificuldades inicialmente com seus familiares, mas também (se necessário) com seu médico / membro da Equipe de Reabilitação com quem tenha mais afinidade / com quem você esteja fazendo o tratamento físico (fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional) / solicitar uma avaliação Psicológica ou Psiquiátrica / outras opções. As palavras chaves nesta situação são: conversar, se comunicar, procurar (ajuda). O importante é você perceber que necessita de ajuda; não havendo necessidade de ajuda (extra) do ponto de vista emocional, siga em frente no caminho da Reabilitação, parabéns por não ter permitido seu enfraquecimento interior, parabéns por ter conseguido equilibrar-se nos momentos difíceis pelos quais passou ou passa, e parabéns por estar buscando sua plena Reabilitação.

3. FÍSICO: Entre os 3 fatores que constituem os “pilares de sustentação”, este é técnico, concreto, visível e palpável pela pessoa com amputação e pelos outros que o olham com tanta curiosidade.
Na realidade é o coto de amputação, os sintomas que o afetam, os procedimentos empregados no tratamento, os auxiliares de locomoção e próteses, a acessibilidade aos Serviços de Reabilitação e às Instituições Previdenciárias, a Reabilitação Profissional, trabalho e emprego. São providências que a pessoa com amputação, precisa resolver, precisa fazer, precisa buscar, precisa cumprir seus deveres e exigir seus direitos, exercer a cidadania plena, motivo pelo qual precisa trabalhar bem primeiramente no âmbito familiar e no seu emocional.


Principais causas de amputações:

1. Vascular ou Circulatória: Comprometimentos de circulação sanguínea em veias, artérias ou em vasos linfáticos dos membros;

2. Traumática: Acidentes de qualquer natureza, automobilísticos, elétricos, soterramentos, queimaduras elétricas, projéteis de armas de fogo, outras.

3. Tumoral: Tumores ósseos ou em tecidos moles, de natureza maligna – câncer;

4. Inflamatória / Infecciosa: De qualquer natureza, como por exemplo: Hanseníase, Doença de Hansen, Lepra, osteomielite pós-fraturas, picada por animais peçonhentos (cobra), pós queimaduras graves em tecidos causadas pelo frio ou calor (fogo).

5. Congênita (criança nasce com membro deformado ou ausente).

O que é coto e o que é prótese?
COTO é o que restou do membro que foi amputado. O coto pode ser curto, médio ou longo. PRÓTESE é um aparelho Ortopédico, o “membro artificial” que será adaptado sobre o coto; vai substituir o membro natural ou parte dele que foi amputado. Popularmente, prótese é conhecida como “braço ou perna mecânica”. Esclarecendo que REABILITAÇÃO DE AMPUTADOS não é sinônimo de PROTETIZAÇÃO, todas as pessoas com amputação necessitam de REABILITAÇÃO, mas nem todas de PROTETIZAÇÃO.

http://www.proreabilitacao.com.br/pdfs/guia_pratico.pdf

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