quinta-feira, 8 de julho de 2010

A Terapia Ocupacional no tratamento da Paralisia Cerebral


TRATAMENTO


A dinâmica do trabalho da Terapia Ocupacional se dá através de anamnese junto à família.

A avaliação da criança com Paralisia Cerebral em Terapia Ocupacional envolve os aspectos: cognitivo, emocional, comunicação, coordenação motora global e fina, habilidades manuais (preensão, atividades bimanuais, dominância manual, força muscular, uso funcional dos membros superiores), integração perceptivo-sensorial (percepção tátil, controle visual, percepção auditiva), habilidades sociais, grau de independência nas Atividades de Vida Diária (alimentação, higiene, vestuário).

O ponto de partida da avaliação é a atividade da criança em relação ao ambiente.
Na Paralisia Cerebral, a ênfase é dada às reações posturais, habilidades motoras e organização da criança diante das atividades e situações.

O plano de tratamento é baseado na avaliação inicial, nas necessidades individuais. Na Paralisia Cerebral, existem particularidades de tratamento (princípios norteadores) de acordo com os tipos de paralisia cerebral: espástica (quadriplegia, diplegia, hemiplegia), atetóide, atáxica.

Mas, em geral, a Terapia Ocupacional atua no sentido de aumentar o grau de funcionalidade global, conduzindo a criança para novas aprendizagens, dentro dos objetivos traçados na avaliação.

De acordo com o método Bobath, o brincar é o trabalho da criança, e é onde a criança pratica habilidades e ensaia papéis. Conforme o brincar se desenvolve, torna-se organizador das habilidades. O sucesso da criança reforça a repetição e providencia as bases para a aprendizagem e o desenvolvimento. O brincar leva ao domínio de muitas habilidades necessárias para o crescimento e a vida adulta.

Desta forma, as brincadeiras são integradas aos objetivos do tratamento em Terapia Ocupacional, e serão propostas atividades para encorajar a criança a desenvolver novas habilidades.

Alguns princípios gerais de tratamento na Paralisia Cerebral podem ser delineados, como:

- Preparação para a função: alongamento da musculatura encurtada, motivado sempre por uma tarefa, mobilidade a partir dos pontos chaves facilitando posturas adequadas, alinhamento corporal, regulação do tônus, controle motor e facilitação do desenvolvimento normal.

- Estruturação do ambiente, permitindo sua exploração pela criança.

- Desenvolvimento de hábitos independentes para brincar ou trabalhar, preparando a criança para a escola, vida social. As AVDs representam um papel fundamental no trabalho da Terapia Ocupacional.

Neste trabalho é importante levar em consideração os recursos disponíveis da casa e as necessidades da criança e da família, para a confecção de adaptações.

São observados pontos como: o tipo de habitação, como a criança pode se locomover no seu espaço, como dorme, onde brinca, como é o banheiro, onde estão suas roupas, onde toma suas refeições, quem brinca com a criança em casa e onde brinca, se vai ao quintal, aos vizinhos, ao supermercado, etc.

Finalmente, o trabalho da Terapia Ocupacional estende-se também à orientação escolar, pois a criança com paralisia cerebral necessitará de adaptações, assim como a escola poderá ter que fazer algumas modificações na sala de aula, banheiros, pátio.
Atualmente, com a inclusão de crianças com deficiência nas escolas regulares, torna-se importante capacitar a escola para receber estas crianças. O terapeuta ocupacional pode orientar a equipe escolar em relação às adaptações necessárias a cada caso, por exemplo: cadeira com braços, apoio para os pés, barras na lousa e nos banheiros, engrossadores de lápis, tapetes antiderrapantes na cadeira, fixação do papel ou caderno na mesa ou carteira.

Além das possibilidades de adaptação do mobiliário e do ambiente, é fundamental também a orientação quanto ao posicionamento correto ao sentar, ao ser colocada em pé, apoio dos membros superiores, a facilitação de posturas que inibam reações associadas que podem prejudicar a realização das atividades propostas.


Referências Bibliograficas:

Site acessado em 11/09/2007: http://www.niee,ufrgs.br/hpmoise/body_pc.html.
Site acessado em 11/09/2007:
http://www.cruzverde.org.br/ParalisiaCerebral/paralisiacerebral.html
Site acessado em 11/09/2007:
http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/bobath2.htm
ZUHRT, Renate. Desenvolvimento Motor Da Criança Deficiente.Editora Manole Ltda. 4 ed. São Paulo, 1983.
FATTINI, A. C.; DANGELO G.J. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. Editora Atheneu, 2ª edição, São Paulo, 2001.
O' SULLIVAN, B. S; SCHMITZ, J. T. Fisioterapia, Avaliação e tratamento. Editora Manole LTDA. 2ª Edição, São Paulo, 1993.
CAMPION, R. M. Hidroterapia princípios e prática. Editora Manole LTDA. 1ª Edição, São Paulo, 2000.
SCHWARTZMAN, José Salomão. Paralisia Cerebral. In: Temas sobre Desenvolvimento. São Paulo, v.3, n.13, p.4-21, 1993.
Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
Deficiência Física: Paralisia Cerebral Infantil publicado 20/11/2008 por Evandro Caversan de Godoy em http://www.webartigos.com
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/11558/1/Deficiencia-Fisica-Paralisia-Cerebral-Infantil/pagina1.html#ixzz0t1W

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